SETE COISAS QUE PESSOAS DA IDADE MÉDIA ODIARIAM NO MUNDO MODERNO
- História Medieval
- 26 de abr.
- 4 min de leitura

Imagine que, de alguma maneira, uma máquina do tempo transportasse um viajante da Idade Média diretamente para o século XXI. De imediato, ele se deslumbraria com certas maravilhas, como a medicina moderna. Mas, ao mesmo tempo, sentiria um profundo desconforto diante de diversos aspectos do nosso cotidiano.
Neste artigo, você vai acompanhar esse viajante em sua jornada, enquanto ele descobre sete coisas que provavelmente odiaria no mundo moderno.
1. O Compartilhamento Excessivo de Informações
Logo ao chegar, o viajante observa atentamente milhões de pessoas segurando pequenos objetos brilhantes nas mãos.Confuso, ele se aproxima de um jovem e aponta para o aparelho:
"O que é isso que todos carregam?"
O jovem sorri e responde:
"É um celular! Usamos para nos comunicar, acessar informações e compartilhar nossas vidas."
O viajante, franzindo a testa, observa o jovem que, mesmo durante a conversa, mal desvia os olhos do aparelho. Então, questiona com sinceridade:
"Por que vocês precisam se comunicar o tempo todo?"
Na Idade Média, comunicação era reservada para o essencial. Trocar mensagens triviais sobre o clima, a refeição ou o passeio do dia pareceria um excesso inconcebível para alguém acostumado a reservar palavras para momentos importantes.
2. Jornadas de Trabalho Infinitas
Enquanto caminha pela cidade moderna, o viajante percebe ruas movimentadas, pessoas apressadas e prédios acesos mesmo durante a noite.Ele se volta a um transeunte e pergunta:
"Por que continuam trabalhando mesmo quando escurece? Onde estão seus dias de descanso?"
O transeunte, visivelmente cansado, explica que o trabalho nunca para e que, apesar da tecnologia, o ritmo da vida moderna exige produtividade constante.
O viajante, espantado, responde:
"Se suas máquinas são tão poderosas, por que precisam se esforçar tanto?"
No seu tempo, domingos e dias santos eram sagrados, e o pôr do sol indicava a hora de repousar. A obsessão moderna por estar sempre ocupado seria, para ele, um grande absurdo.
3. A Perda da Capacidade de Memorização
Em uma biblioteca contemporânea, o viajante contempla prateleiras abarrotadas e, em seguida, vê pessoas pesquisando livros digitais em tablets e celulares.
Curioso, ele pergunta a um estudante:
"Vocês conhecem todas essas obras de cor?"
O estudante ri e responde:
"Não! Se eu precisar, pesquiso novamente."
Confuso, o viajante questiona:
"Então vocês esquecem o que aprendem? Por que não gravam na mente como fazíamos?"
Na Idade Média, a memorização era uma arte e uma necessidade. A facilidade moderna de "buscar depois" pareceria, para ele, uma alarmante negligência intelectual.
4. A Falta de Privacidade
Ao passear pelas ruas, o viajante medieval nota objetos suspensos nas esquinas — câmeras de segurança — e pessoas se filmando e fotografando o tempo todo.
Ele, desconfiado, indaga:
"Por que existem olhos de pedra em todos os lugares?"
Um moderno lhe explica:
"São câmeras. Servem para nossa segurança... e também para registrar momentos da vida."
O viajante balança a cabeça, intrigado:
"Mas por que desejam ser vistos o tempo inteiro?"
Na sua época, ser invisível era uma vantagem. Expor-se deliberadamente — como em redes sociais ou programas de TV que vigiam 24h as pessoas — pareceria não apenas estranho, mas imprudente.
5. A Obsessão por Rastreamento e Estatísticas
Em um parque, o viajante observa uma jovem consultando seu relógio inteligente logo após terminar uma corrida.
Intrigado, ele pergunta:
"O que tanto olha nesse pequeno bracelete?"
Ela, animada, responde:
"Estou vendo quantos passos dei, quantas calorias queimei e como está meu batimento cardíaco!"
Com olhar incrédulo, o viajante questiona:
"Por que precisam medir tudo o que fazem?"
Na Idade Média, viver era uma experiência em si, sem a necessidade de métricas para validar cada respiração ou movimento. A obsessão moderna pelo monitoramento pessoal soaria desnecessária — e um tanto vaidosa — para ele.
6. A Complexidade dos Meios de Pagamento
Em uma padaria, o viajante vê uma mulher pagar sua compra apenas aproximando um cartão de uma máquina.
Confuso, ele indaga ao padeiro:
"Onde está o dinheiro? Não ouvi o tilintar de moedas!"
O padeiro explica sobre cartões de crédito, transferências bancárias e pagamentos digitais.
Ainda mais confuso, o viajante pergunta:
"E como sabem que ela pagou de verdade, se não há ouro nem prata?"
Na Idade Média, riqueza era física: moedas que se podiam pesar, guardar e esconder.O sistema financeiro moderno, invisível e baseado em confiança e códigos digitais, pareceria quase bruxaria para ele.
7. A Falta de Terra e os Espaços Confinados
Ao ser levado a um moderno apartamento de 40 metros quadrados, o viajante mal consegue esconder sua surpresa.Ele caminha de ponta a ponta em poucos passos e pergunta ao anfitrião:
"E onde vocês plantam suas hortas? Onde criam os animais?"
O anfitrião sorri, explicando que vivem em espaços pequenos, cercados por muros, e compram alimentos em supermercados.
O viajante, visivelmente desconfortável, reflete:
"Na minha terra, mesmo o mais simples camponês tinha espaço para plantar e respirar. Aqui, parecem viver como aves em gaiolas."
Na cultura medieval, a terra não era apenas território: era vida. A escassez de espaço e o confinamento vertical das cidades modernas chocariam profundamente o visitante.
Conclusão: Olhar Nosso Tempo com Outros Olhos
A cada passo, o viajante medieval enxerga maravilhas que jamais sonhou — mas também estranha hábitos e escolhas que para nós são normais. O compartilhamento constante, o excesso de trabalho, a perda da memória, a vigilância onipresente, a obsessão por números, o dinheiro invisível e a vida confinada revelam muito sobre quem nos tornamos.
Antes de julgarmos a Idade Média como atrasada, talvez devêssemos perguntar: será que o futuro julgaria o nosso tempo da mesma forma? Olhar através dos olhos de um homem medieval é, acima de tudo, um convite para refletir sobre o que realmente valorizamos em nossa própria era.
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