Um dos membros mais importantes da comunidade medieval: O Ferreiro. Os ferreiros medievais eram amados, odiados, pensados para ter poderes mágicos de cura e capazes de afastar o diabo. Aqui está uma rápida olhada nos homens por trás do metal.
Se você tentar imaginar a agricultura, construção e culinária medievais cotidianas sem metal, o uso da arte do ferreiro fica imediatamente claro. Adicione isso a silvicultura, mineração e guerra, e a lista de ferramentas de metal necessárias se torna ainda mais longa. Os ferreiros raramente ficavam sem trabalho, e o trabalho deles era constante (e barulhento) desde a antiguidade. Os negócios cresceram, no entanto, com a ascensão dos cavaleiros.
Não apenas a classe cavalheiresca exigia armas e armaduras para guerras e torneios, mas também precisava de ferraduras e metais defensivos para seus castelos. Os cavaleiros e a aristocracia eram geralmente os únicos que podiam pagar por boas armas e armaduras, aumentando seu status de elite. Os Gies estimam que "uma cota de malha ... valia sessenta ovelhas" e "uma boa espada custa até três vacas". Ser um ferreiro de castelo teria sido uma posição invejável (e geralmente hereditária).
Os camponeses tinham suas próprias necessidades, como panelas, arados e machados, e as cidades centralizadas em crescimento podiam suportar mais de um ferreiro na necessidade de novas ferramentas e reparos antigos. Segundo os Gies, "um estudo na Picardia não mostrou vestígios de um ferreiro da aldeia antes de 1125, mas contava trinta por 1180". Com tanta demanda, a serralharia foi dividida em diversas especialidades, como serralheiro e armeiro, com ferreiros separados trabalhando com metais preciosos. No século XIV ferreiros foram se aperfeiçoando a ponto de fazerem relógios.
Além da capacidade óbvia de trabalhar metal, pensava-se que os ferreiros detinham o poder de curar. Isso pode nos parecer um pouco estranho, mas faz sentido se você pensar nas coisas de forma mais simbólica, como as pessoas medievais. Por exemplo, os barbeiros também eram cirurgiões, pois sua especialidade era o corte; da mesma forma, os ferreiros eram curandeiros (especialmente de doenças como ossos quebrados), porque sua especialidade era reparar ou "reformar". Quem melhor para supervisionar a cura de um osso que se partiu do que alguém que rotineiramente cura pedaços de algo tão duro quanto metal?
Não é de surpreender que o trabalho sujo dos ferreiros com fogo e fornalha, e sua capacidade de transformar rochas em ferramentas de metal, facilmente levassem a associações com o diabo. Os ferreiros eram essenciais demais para a comunidade para realmente serem perseguidos por isso, mas surgiram algumas lendas coloridas, como as associadas a St. Dunstan, um arcebispo de Canterbury que passou algum tempo como metalúrgico.
Fonte - Joseph Gies & Frances Gies - Cathedral, forge and water wheel: technology and invention in the middle ages (medieval life)
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